Sou antagónico crónico

Sou antagónico. Há quem diga que falo muito (e manda-me calar) e há quem diga que falo pouco (e manda-me falar). Talvez seja um 8 ou 80, e isso tenha que ver com a minha dificuldade inata com medições. Não tenho noção das medidas, de quando já chega, de quanto falta. Por exemplo, gosto de cozinha, mas gostar de cozinhar não implica cozinhar bem nem mal, implica tentar apenas cozinhar. Ou seja, gosto de inventar, fazer as coisas à minha maneira, deitar as quantidades que quero e mexer o tempo que eu quiser. O problema aqui é o meu próprio problema: não tenho noção das medidas certas.

Também não tenho noção do que falo. Mas aqui há também outro problema... eu penso. Penso muito. Bastante. Demais até. Penso estupidamente. E muitas vezes falo quando estou a pensar, digo o que estou a pensar e fico com a noção que apenas pensei, quando na realidade falei. Outras vezes, penso que disse, e na verdade apenas pensei e ficou para mim. De forma parva ficam coisas por dizer, por não dizer e momentos estupidamente parvos.

Para além, desta trapalhada do pensar e do falar, há o olhar. Falo e olho. Mas olho para cima, para baixo, para o lado, para o ontem, para o amanhã. Não é de propósito... é só despropositado. Irritantemente despropositado. Parece que me estou nas tintas para a conversa mas não! É completamente o contrário.

Sou duma antagonia que até causa agonia!

Sou uma pessoa prática, que vem e já está. Mas depois consigo ser muito complexa, que vem e não está porque não pode estar assim, tem que estar de outra forma, e porquê? Porque sim.

Gosto do perfeccionismo na vida. Mas sou trapalhão e desastrado. Se calhar até não sou mas como sou perfeccionista, sou...

Complicado...


Tirado de um blog qualquer